Governança Corporativa é um caminho seguro para boas práticas de gestão
- Prof. Adilson Neves
- 27 de jun. de 2015
- 2 min de leitura
Em períodos de turbulências econômicas, a questão da Governança Corporativa sempre volta as manchetes dos noticiários, principalmente agora com a tempestade das denúncias de corrupção.

Uma questão importante precisa ser respondida: as práticas de Governança Corporativa podem ser implantadas em qualquer organização?
A minha resposta é um sonoro sim, baseado nas minhas experiências pessoais, inclusive como conselheiro externo.
Ao longo dos últimos anos, na qualidade de consultor organizacional, temos colaborado na implementação deste modelo em algumas empresas médias e pequenas familiares, chamadas de MPE´s no glossário brasileiro, com sucesso com uma visão de profissionalização da gestão.
As empresas familiares representam cerca de 55% das organizações em países emergentes, inclusive o Brasil, um índice ainda mais alto do que em mercados como Europa e Estados Unidos que tem cerca de 40%.
O único cuidado que temos tido é implantar um modelo simplificado, sem burocracia, alinhado ao Planejamento Estratégico da organização, atrelado ao acompanhamento mensal das diretrizes estratégicas composta das metas de curto e médio prazos.
Não se pode criar um modelo sofisticado em MPE´s porque simplesmente não dá certo. O ideal é um processo mais horizontal, sem excesso de camadas e com hierarquia simples que melhore o espirito de time, permitindo a participação de todos os setores da organização e os conselheiros externos para gerar o equilíbrio, planejamentos mais curtos, de no máximo três anos, porque estamos no Brasil que é um país em movimento socioeconômico e político, colocando ou não um CEO, mas estabelecendo um bom time de gestores, capazes de dar cabo ao plano estratégico do negócio, mesclando juniores com seniores.
Não estou dizendo que a estrutura clássica, com formação de conselho e outras camadas, defendida pelo professor de Harvard, John Davis - considerado a maior autoridade mundial no tema - esteja errado. Ao contrário, está certo porque muitas empresas brasileiras adotam os conceitos dele, dentre elas Itaú e Votorantim, gigantes em seus mercados no Brasil.
Há uma receita pronta de sucesso?
A resposta é um sonoro não; porque cada organização tem suas variáveis específicas que permitirão um desenho de Governança Corporativa específico que passe a refletir a visão, os valores e o modelo de gestão adotado. O jeito que a família tem de gerir é um fator fundamental para estruturar o modelo. Sim, este jeito paternalista que o dono dá ao negócio.
Concluo afirmando que qualquer organização precisa de boas práticas de Governança Corporativa que mantenha um nível interno de alta confiança, com decisões estruturadas e que respeitem os valores e a visão do negócio, que motivem as pessoas ao empreendedorismo, a criatividade e a inovação.
E finalmente saber de que a Governança Corporativa está sempre em evolução. Portanto, o mais importante é dar o primeiro passo.
Prof. Adilson Neves
Consultor e Coach
www.multiplabusiness.com
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